LAGOA DO PORTINHO (S.O.S)
Lagoa do Portinho, Parnaíba - PI, fevereiro de 2008.
(O Li-Si-Ri-II nem saiu da capota. A Lagoa está seca).
Um
dos mais belos cartões
postais do litoral piauiense, palco de eventos
náuticos importantes, como o circuito
nacional de Wind Surf,
a Lagoa do Portinho pede socorro. Infelizmente em vão,
segundo me parece.
A lagoa surgiu devido ao represamento do rio Portinho pelas dunas, cujo avanço inexorável, mostrado na imagem de satélite (acima), deixa claro o abraço mortal.
Parece que nada se fez, até agora, para evitar o desastre. Segundo tenho lido sobre os estudos ambientais, querem lutar contra a natureza, quando, ao contrário, deveriam moldar-se a ela, respeitá-la.
As soluções apontadas, como o
plantio sobre as dunas, serão paliativas, apenas retardando
o processo. As dunas irão
continuar crescendo sobre a vegetação plantada e
a areia, em sua passagem, continuará
caindo sobre a lagoa, soterrando-a pouco a pouco.
A
natureza é assim: devemos harmonizar-nos com ela, sondando previamente os seus
desígnios, sob pena de, como neste caso, amargarmos as conseqüências de sua fúria.
Se queríamos
a lagoa por
mais tempo, então devíamos tê-la preservado,
desde cedo, criando barreiras efetivas ao
vento, desviando-o quanto fosse possível e assim contendo a
formação e o avanço
das dunas, ainda a uma distância razoável.
Não basta fixar as dunas, é preciso evitar que elas se formem. Ao menos que se formem com tanta rapidez e em tais proporções.
Como fazer isto?
Fixando-se a areia frouxa ainda na praia, dando-lhe
uma cobertura vegetal adequada e assim defendendo-a, quanto
possível, da ação dos
ventos. Ao mesmo tempo, criando-se barreiras eficazes (quebra-ventos). Sem
agredir a paisagem, mas integradas a ela,
como a implantação de mudas nativas
jovens (transplantio), até formar-se densa
vegetação à beira-mar. Coqueirais, por exemplo.
Quanto a essa área onde as dunas já se instalaram, acho que está irremediavelmente perdida. É uma pena, mas não vejo saída senão aceitar-se o inevitável e partir-se imediatamente para um projeto maior de proteção de nosso litoral e salvação do que ainda resta da Lagoa. Esta não só estaria sendo salva, mas também as povoações litorâneas a sotavento (para onde o vento sopra) poderiam viver sem o fantasma das dunas engolindo suas casas.