Bem-vindo à Página do Veleiro "Aragem"
(Trimarã Searunner 34)

 SOLUÇÕES "CASEIRAS" (SEM MAIORES DESPESAS) PARA TORNAR MAIS SEGURA A NAVEGAÇÃO E MELHORAR A VIDA A BORDO DO ARAGEM.

MAIS FOTOS E VÍDEOS DA TRAVESSIA PARNAÍBA / FORTALEZA / PARNAÍBA

Daqui a vinte anos te sentirás mais desiludido pelas coisas que não chegastes a fazer do que por aquelas que fizeste. Assim, solta as amarras. Caça tuas velas. Navega mar afora. Explora. Sonha. Descobre.  ("Twenty years from now you will be more disapointed by the things you didn`t  do by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Cath the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discovery.") Frase original atribuída ao escritor americano Mark Twain.

Depois que se constrói um barco, dificilmente pára-se naquele. No meu caso, por exemplo, ao construir o >>> Li-Si-Ri, meu primeiro barco, novos horizontes se abriram. Logo pensei na construção de outro barco bem maior, que me permitisse não só pequenos cruzeiros litorâneos, com necessários, confortáveis e seguros pernoites, mas também viagens mais longas e eventualmente uma travessia, quem sabe?...

Então, em julho de 2004, iniciei a construção de um trimarã Searunner de 34 pés, que concluí em dezembro de 2011. Dei-lhe o nome de Aragem.



Esta página pretende descrever os antecedentes, a construção do barco, sua colocação na água, a descida a motor até ao longo de três rios (Poty, Parnaíba e Igaraçú --- este um braço do rio Parnaíba), até o mar, trezentos e poucos quilômetros distante. E daí em frente, tudo quanto for sendo vivido pelo barco e seu dono, construtor e comandante.

>>> Resenha da Construção

MAIS FOTOS E VÍDEOS DA TRAVESSIA PARNAÍBA / FORTALEZA / PARNAÍBA:


Ancoragem na enseada de Jericoacara, durante a perna Parnaíba / Fortaleza.


Amanhece o dia. Ancorados em Icaraí, onde pernoitamos.


Voltando de Fortaleza, nova ancoragem em Camocim.
A tripulação dirige-se ao barco, para zarparmos, de volta para casa.

VÍDEOS:

Na esteira do sol.

Navegando ao entardecer.

Ancoragem tranquila.


CONSTRUINDO E INSTALANDO (1-2-3):

1) COGUMELO DE VENTILAÇÃO.


Continuo implantando melhorias e ajustes no Aragem, à medida em que o preparo para a próxima aventura. Parei um pouco a construção do Leme de Vento ( >>> atualização anterior) e fui concluir um dos cogumelos de ventilação que eu já iniciara rapidamente visando amenizar o calor que faz na Cabine Principal, a ré do Cockpit. Pelo projeto, ali não há nenhuma abertura para entrada de ar. Só pequenas janelas estanques, destinadas a iluminação. É que os Searunner tem design e ambientes próprios para uso em regiões temperadas e até para enfrentar os rigores do inverno característico daquelas regiões. Por isto, são barcos voltados para dentro. Verdadeiros casulos, extremamente abrigados. Ao contrário do que aconteceria --- como acontece --- nos barcos tropicais, cuja proposta é devassar ao máximo seu interior, expondo a tripulação aos sabores do vento. De qualquer forma, para mim, um barco deve mesmo ter o mínimo de aberturas possível, preservando-se o seu conjunto, tanto do ponto de vista estrutural quanto da própria estanqueidade. Daí optei por dispensar grandes gaiútas. Estas, alías, devem estar sempre  fechadas durante a navegação, principalmente com mau tempo, só mostrando utilidade com o barco parado. Ao invés de gaiútas, prefiro tomadas de ar menores mas permanentes, tipo Dorades, pois não deixam passar a água, embora fiquem abertas o tempo todo. No meu caso, escolhi caixas Dorade com uma campânula em forma de cogumelo (mushroom em inglês) no lugar dos famosos "cachimbos".  As campânulas resultaram de "garimpagem" que fiz há tempos. Achei duas botijas de inox, as quais foram partidas ao meio, transformando-se em quatro campânulas.  


O primeiro "cogumelo", instalado.

Em ambas as versões (cachimbo ou cogumelo), a ventilação, embora tímida, pode vir naturalmente pelo efeito "venturi" (saída do ar quente interior --- que sobe --- sugado pela corrente de ar frio externa). Mas, também em ambas, pode haver a troca do ar quente interno, forçando-se artificialmente a entrada do ar frio através do Dorade.

Aqui, um passo-a-passo da construção:

             

        

Na última foto, à direita, vê-se o duto do "cogumelo". Um tubo PVC de 100mm colado à moldura de um ralo pequeno de banheiro (mesmo diâmetro do duto) e fixo ao lado interior do teto.

Finalizando o conjunto, sobreporei ao duto, internamente, um eletroventilador de 9" (foto abaixo), desses usados em ar condicionado automotivo, cuja função será forçar a entrada de ar no interior da Cabine, quando for preciso. 

Além de selado e praticamente marinizado, o eletroventilador consome pouca energia e espalha bem o vento.  



No futuro postarei fotos mostrando como ficou a montagem. A CONCLUIR.


  2) NOVA BASE PARA O MASTRO.

Em postagens anteriores (
>>> atualização anterior) relatei algumas avarias sofridas pelo Aragem em nossa Prova-Travessia PARNAÍBA / FORTALEZA / PARANAÍBA. Motor alagado, devido a entrada de água por gaiútas mal fechadas. Bomba de porão que não funcionou, porque um fio oxidara e se partira na emenda, embora isolada com fita própria (oleosidade existente na água embarcada amolecera o isolante). Motor que morreu, porque o purificador de ar sugara um tufo de plástico esquecido na última lavagem. Cabo de direção que se partira, vencido pelo constante curvar-se no quadrante do leme (acho que o ângulo é muito pequeno). Porém, uma falha das mais graves estava ainda escondida sob a assoalho do Cockpit, engatilhada, pronta para apresentar-se na ocasião menos esperada. Sem dúvida nenhuma, seria o nosso desastre, caso houvéssemos prosseguido naquela navegação extremamente difícil que iria continuar assim até a volta do Calcanhar, no Rio Grande do Norte, quando então, pela forma geográfica da costa, mudaríamos de rumo e consequentemente haveria mudança na direção do vento e da corrente. Graças à Divina Providência (e eu sou um homem crente em Deus), tudo o que podia ser controlado tinha ocorrido até aquela nossa parada obrigatória em Fortaleza, de onde decidi retornar.

Pois bem, numa de minhas viagens a Parnaíba, ainda em manutenção do Aragem, descobri nada menos que a base do mastro estava quebrada, bem no lugar da solda, de um modo que não iríamos longe naquelas condições sem que o mastro quebrasse, provocando um dos mais temidos acidentes em navegação, pelos danos que pode causar ao barco e aos tripulantes.


A aspecto da "sapata" quebrada. Pouco faltou para o mastro ficar totalmente solto em sua base.

 

Decidi trocar as peças de alumínio e de madeira, tudo, por inox. Então, passei a construir a nova base, onde o pé do mastro não mais ficaria em constante atrito com a "gola" parafusada na chapa de madeira. Ao invés da "gola", fiz uma "sapata" a ser fixada no pé do mastro, com uma abertura embaixo, onde se encaixaria um pino com formato semelhante ao perfil do mastro e soldado na "bandeja" (a nova base), esta sim, parafusada sobre a Caixa da Bolina, no local específico. 

A seguir, um passo-a-passo da construção e montagem. 


Chapa de inox (descarte) com 1/4 de polegada.   
               


                                  Começando a "fatiar" a chapa, com aproveitamento de sua aba (dobra de 90°).



Em lugares inacessíveis, o jeito foi usar o arco de serra.



Pronto, recortada a "bandeja" com sua aba.



Dobrando a barra retirada da chapa para fazer a "sapata" do mastro.



Está ficando OK, de acordo com o perfil do mastro.



Pronta uma das metades do encaixe da "sapata".



"Sapata" do mastro concluída e já com os furos de fixação (1/4"). A temperatura da soldagem deu uma certa convexidade ao assento vazado da "sapata", que resultou providencial, permitindo que possa "trabalhar" bem sobre a "bandeja". Não está linda, mas parece robusta e funcional.



A "sapata" vista internamente. 

o perfil do mastro e evitar ao máximo a corrosão galvânica (eletrólise provocada pelo contato entre metais diferentes expostos a ambiente salino), é preciso isolar ao máximo o inox do alumínio. Daí fiz uma junta de resina epoxi com fibra de vidro, que calçará o perfil do mastro no fundo da "sapata". Esta, por seu turno, tem uma pequena folga lateral em relação ao perfil do mastro, cujo espaço, uma vez postos os parafusos, será preenchida com resina epoxi adensada com aerosil apenas até ao ponto de não escorrer.



Abrindo furos de 7/8 de polegada na aba.


      
 

Para retirar a base antiga e instalar a nova base, soltei todos os estais (após atá-los às respectivas ferragens de convés com pedaços de cabos) e suspendi o mastro verticalmente, usando uma talha.



"Bandeja" da nova base do mastro parafusada. Soldei uma barra transversalmente, como reforço.



Uma vez parafusada a "bandeja", coloquei a "sapata", fiz as roscas no perfil e parafusei.



Pronto. O mastro em seu lugar novamente. 



3) MEDIDOR DE COMBUSTÍVEL.

No projeto original, montado para curtas viagens, o tanque de combustível seria semelhante ao de um automóvel de passeio. Teria um perfil baixo, pequena capacidade de armazenamento e seria preso por alças, sob o assoalho do Cockpit. O próprio motor recomendado deveria ter entre 7 e 15 hps. Nas mudanças que fiz, visando mais autonomia, para cruzeiros longos e demorados, o motor escolhido foi um bem maior e mais potente: um Yanmar 3YM30. Também o consumo de combustível, neste caso, aumentaria, exigindo tanques de maior capacidade. Por isto resolvi construir dois tanques de compensado naval, interna e externamente laminados com fibra de vidro e resina epoxi, os quais foram projetados para sobreporem-se um ao outro, sendo interligados por um registro. A divisão em dois tanques foi para possibilitar a instalação. Para evitar a pressão do tanque superior, que receberia o abastecimento, o tanque inferior somente seria alimentado, abrindo-se o registro intermediário, à medida em que fosse esvaziando. Enquanto o tanque superior seria um tanque de reserva, o tanque inferior seria de consumo, necessitando um medidor, portanto. Na foto abaixo, mostro os tanques como eles foram instalados em um primeiro momento, ainda sem o registro e sem o medidor. Porém, retornando da viagem a Fortaleza, decidi não mais protelar e tratei de implantar as citadas melhorias. Mais do que melhorias, providências bastante necessárias.



Existe discussão sobre o uso de resina epoxi para fazer tanques de combustível. Alguns relatam problemas com a laminação interna do tanque causada pelo diesel. Então, tinha muita curiosidade em abrir, principalmente o tanque inferior (de consumo), para ver o que se passava dentro dele. Agora minha curiosidade seria satisfeita. Se bem que, após o tempo de uso, algo de anormal já teria acontecido, se desse errado a laminação conforme eu a houvera feito, com base em exaustiva pesquisa. Porém, aberto o tanque e examinado o seu interior, ali estava ele, perfeito como se fora feito há apenas algumas horas. Veja:

         


       


Nestas fotos pode-se ver ainda um pouco de diesel no fundo do tanque, inclusive preenchendo o pequeno reservatório do "pescador". O diesel está limpo e transparente, sem nenhuma borra nem resíduos, deixando ver o fundo do reservatório.  



Aqui, a bóia do Tanque de Combustível...



... e aqui, a bóia já colocada em uma tampa feita especialmente para ela.

(A CONTINUAR...)
VÍDEOS:    
     Primeira Velejada                      
Velejada no Carnaval

Transporte 1

                                                                 Transporte 2                                                   
                                                                                                                        Atracando na cidade de União - PI
                                                                                                                       Navegando no rio Parnaíba
                                                                                                                        


         
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Matéria sobre o Aragem publicada no portal "Cidade Verde" --- TV Cidade Verde --- na comemoração dos 157 anos de Teresina).
  
  



PÁGINA RECRIADA EM 26/10/2007
ATUALIZADA EM 27/04/2014
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